O pesquisador e jornalista cristão
brasileiro Johnny Bernardo escreveu em seu blog ‘Brasil Religioso’
sobre as dificuldades e possibilidades para se eleger um futuro
presidente evangélico no Brasil. Bernardo criticou fortemente o
movimento homossexual e seu financiamento com verbas públicas e também
falou sobre o atual contexto político brasileiro e a figura dos
evangélicos.
Johnny Bernardo fez uma comparação sobre
o crescimento dos evangélicos e a diminuição de fieis católicos nas
últimas décadas. Ele considera como fator positivo para a eleição de um
cristão evangélico para presidir o Brasil. “É um claro indício de que os
evangélicos poderão, de fato, alcançar o Poder dentre alguns anos – se
cumprida à perspectiva de que, em 2030, representarão 50% da população
brasileira”, destacou.
“No entanto, deve-se ressaltar, a
ausência de unidade no universo evangélico brasileiro – como o
distanciamento entre protestantes históricos, pentecostais e
neopentecostais - as disputas nas bancadas evangélicas, e a existência
de movimentos de inspiração socialista são impeditivos a eleição de um
evangélico”, alertou Bernardo.
O pesquisador defendeu o Estado laico e
sua importância para uma nação. “A predominância, no Brasil colonial e
monárquico, do Catolicismo Romano (CR) como religião oficial, serve de
exemplo de como a ausência de um Estado laico pode ser prejudicial a uma
nação”, citou como exemplo.
“Homossexuais e evangélicos têm de se
manter distantes do Estado, o que não significa, no entanto, que um
evangélico ou homossexual ou mesmo um ateu não possa exercer um cargo
público, no Executivo”, disse. “O problema está no uso da máquina
pública com finalidade ideológica ou religiosa, não visando à
diversidade”, criticando o movimento homossexual.
“Ao mesmo tempo, a tentativa de
utilização do governo como base de difusão ideológica, como a
protagonizada pela LGBT, também fere a independência do Estado na medida
em que um grupo da sociedade se impõe por meio de recursos
governamentais, da imposição de uma opção social de vida,
particularmente por meio de materiais financiados pelo Governo e
distribuídos em escolas públicas, como o kit gay”, continuou.
Ele falou ainda sobre a questão do
deputado pastor Marco Feliciano. “Às críticas ao Feliciano residem
simplesmente no fato de ele ser evangélico, em um entendimento de que a
CDHM tem de ser dirigida por uma figura secular, que possa dialogar com
os vários setores da sociedade, vítimas de violações dos Direitos
Humanos”, disse sobre o caso.
“No entanto, apesar das críticas
dirigidas por lideranças homossexuais, das 320 denúncias recebidas
anualmente pela CDHM, a grande maioria refere-se à violação de direitos
de presos e detenções arbitrárias, seguida de violência policial e
violência no campo - Câmara dos Deputados, Atividade Legislativa, 2013
-, não atingindo, diretamente, os homossexuais, cujos direitos estão em
processo de legalização”, ressaltou sobre a Comissão de Direitos Humanos
e Minorias.
Sobre o fundamentalismo - “abraçado
principalmente pelas igrejas presbiterianas e batistas” - e sua origem,
ele disse que seu atual contexto que caracteriza as instituições
conservadoras é a defesa à “aversão a união civil homossexual, ao
aborto, às pesquisas tronco-embrionárias”.
Bernardo alertou que há diferença entre
fundamentalismo e extremismo. “O extremismo religioso é um erro a ser
evitado pela comunidade internacional, pelas instituições democráticas”,
explicou o pesquisador.
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