A cada dia se torna mais complicado transitar pelas ruas de Anápolis. Os congestionamentos são frequentes em vários pontos da Cidade, principalmente na região central, que tem muitas ruas estreitas. Afinal, ninguém poderia imaginar que o Município, que surgiu como passagem de tropeiros, possuiria, hoje, a 46ª. maior frota de veículos emplacados do Brasil - segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), num universo de 5.560 comunidades brasileiras. Mesmo se fosse uma cidade planejada, dificilmente, haveria como se escapar dessa situação: é muito veículo em circulação.
Para se ter uma ideia, no ano de 2005, portanto, há menos de uma década, o número de veículos em Anápolis (conforme dados do Denatran e IBGE) era de 97.211. Agora em 2012, último dado consolidado, já chega a 192.559. Um crescimento, portanto, de 198,08%. Ou seja, quase dobrou em apenas sete anos e, nesse ritmo, deve bater a casa dos 200 mil veículos licenciados até o final deste ano. Levando-se em conta que a Cidade tem uma população estimada (Censo de 2011) de 338.545, fazendo-se as contas, mais da metade da população censitária teria um carro. A proporção é de 0,58, contra 0,31 em 2005.
Os dados disponíveis permitem, ainda, uma análise sobre o crescimento dos tipos de veículos. Por exemplo, as caminhonetas emplacadas em Anápolis tiveram crescimento numérico no período de 2005 a 2012, de 342,92%. O menor crescimento foi o da frota de ônibus: 9,71%. A frota de automóveis de passeio cresceu, no período, 167% e as de motocicletas e motonetas, 213,31% e 205,05%, respectivamente. Houve, ainda, o crescimento das frotas de caminhão (138,78%); caminhão trator (224,16%) e microônibus (152,02%).
O caso das motocicletas chama a atenção, por que, estatisticamente, é um tipo de veículo em que os dados apontam um alto índice de envolvimento em acidentes de maior gravidade com feridos e mortes. Para se ter uma ideia, em 2005, o número de motos licenciadas no Município era de 20.499, passando para37.387 em 2010 e, este ano, já somando 42.034 motos. Mais do que dobrou o número, o mesmo acontecendo com as motonetas, que somavam 6.067 em 2005, passando para 11.406 em 2010 e, este ano, atingindo a um total de 12.942.
A Prefeitura, através da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) tem adotado algumas medidas pontuais para tentar solucionar os problemas do trânsito na região central de Anápolis. A medida de maior impacto foi a construção do viaduto no cruzamento entre as avenidas Universitária, Presidente Kennedy e Contorno. Outro viaduto, já em fase de licitação, deverá ser construído no cruzamento das avenidas Brasil e Fayad Hanna.
Mobilidade
Uma ação de monta maior seria o Plano de Mobilidade Urbana. Mas, há pouca informação sobre o seu andamento. Inclusive, a Câmara de Vereadores tem feito diversas cobranças para que esse plano seja apresentado em audiência pública, para que possa ser discutido com a população, já que o mesmo teria uma maior abrangência, tratando não de questões pontuais, mas estruturais como, por exemplo, a questão do transporte urbano.
Hoje, o estímulo ao transporte de massa de passageiros é uma questão que não pode ficar de fora, quando o assunto é resolver problemas inerentes ao trânsito e que afetam a qualidade de vida da população. E, Anápolis, com a frota crescendo como está, há muitos desafios a serem enfrentados na área do trânsito, antes que haja um estrangulamento do tráfego, obrigando a adoção de medidas, até, consideradas radicais, como o rodízio de veículo por número de placas. Proposta neste sentido chegou a ser apresentada no Poder Legislativo pelo vereador Pedro Mariano (PP), mas foi retirada da pauta, devido à complexidade da questão.
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